Devido ao caráter insidioso e oligossintomático do diabetes tipo 2, as complicações crônicas da doença, como a neuropatia, a retinopatia e a nefropatia, podem estar presentes ao diagnóstico, razão pela qual precisam ser investigadas já nesse momento.
A detecção precoce da neuropatia diabética é usualmente feita por meio de detalhada anamnese e de exame físico, incluindo a avaliação com o monofilamento de dez gramas.
Já o rastreamento da retinopatia decorrente do diabetes tem, no mapeamento da retina após midríase ocular, o método mais indicado, mas hoje também conta com a contribuição de outros recursos diagnósticos, como a angiofluoresceinografia, a tomografia de coerência óptica e a ultrassonografia ocular.
Por sua vez, a nefropatia deve ser idealmente investigada pela medida da excreção urinária de albumina (EUA), um marcador essencial para o diagnóstico da condição.
Para fechar o cerco à nefropatia diabética
Principal causa de insuficiência renal crônica em pacientes em diálise, a nefropatia diabética está associada a um importante aumento na mortalidade, principalmente quando relacionada à doença cardiovascular.
No DM2, a EUA deve ser pesquisada na ocasião do diagnóstico da doença e repetida anualmente, seja em amostra isolada de urina corrigida por creatinina, seja em amostras colhidas em 12 ou em 24 horas.
Vale lembrar, no entanto, que o resultado pode ser falso-positivo em condições como infecção urinária, doenças agudas ou febre, hipertensão não controlada e hiperglicemia, assim como na vigência de dieta hiperproteica e prática de exercício físico.
Contudo, apesar de a albuminúria ser fundamental para o diagnóstico da nefropatia, existem alguns pacientes que apresentam redução da taxa de filtração glomerular (TFG), mesmo com valores normais de EUA. Assim sendo, recomenda-se que também seja estimada a TFG, ainda que haja normoalbuminúria.