Conteúdo Médico: Atualização sobre hipertensão arterial

Definição de hipertensão

De acordo com a maioria das principais diretrizes, recomenda-se que a hipertensão seja diagnosticada quando a pressão arterial sistólica (PAS) do indivíduo, aferida no consultório, for ≥140 mmHg e/ou sua pressão arterial diastólica (PAD) for ≥90 mmHg, após repetidas medidas.

A tabela 1 fornece a classificação da pressão arterial (PA) com base na aferição no consultório e a tabela 2 apresenta os valores da PA monitorada ambulatorialmente por 24 horas (MAPA) e da residencial (MRPA), utilizados para definir hipertensão arterial sistêmica (HAS). Essas definições se aplicam a todos os adultos (>18 anos) e permitem o alinhamento das abordagens terapêuticas.

A PA normal alta destina-se a identificar os indivíduos que poderiam se beneficiar de intervenções de modificação no estilo de vida e receber tratamento farmacológico diante de indicações convincentes.

A hipertensão sistólica isolada, definida como PAS elevada (≥140 mmHg) e PAD baixa (<90 mmHg), mostra-se comum em jovens e idosos. Em indivíduos jovens, incluindo crianças, adolescentes e adultos de pouca idade, a condição é a forma mais comum de hipertensão essencial. No entanto, também ocorre frequentemente na maturidade, refletindo o enrijecimento das grandes artérias, com um aumento da pressão de pulso (diferença entre PAS e PAD).

Os indivíduos identificados como portadores de hipertensão confirmada (grau 1 e grau 2) devem receber tratamento farmacológico apropriado.



Diagnóstico de hipertensão por aferição da pressão arterial em consultório

A medida da PA no consultório é mais comum para o diagnóstico e o acompanhamento da HAS. Sempre que possível, o diagnóstico não deve ser feito em uma única visita ao médico. Normalmente, são necessárias de duas a três consultas, em intervalos de uma a quatro semanas (dependendo do nível de PA), para confirmar o quadro. No entanto, o diagnóstico pode ser feito em uma única ocasião se a PA for ≥180/110 mmHg e houver evidência clínica de doença cardiovascular (DCV).

Se possível e disponível, o diagnóstico de HAS deve ser confirmado pela aferição da PA fora do consultório. Para a avaliação inicial, deve-se medir a PA em ambos os braços, de preferência simultaneamente. Se houver diferença consistente entre os braços, superior a 10 mmHg em medições repetidas, é necessário usar o braço com a PA mais alta. Se a diferença ultrapassar

20 mmHg, convém considerar uma investigação mais aprofundada.

A pressão arterial em pé deve ser aferida em hipertensos em tratamento, após um minuto e novamente após três minutos, quando houver sintomas que sugiram hipotensão postural, bem como na primeira consulta em idosos e pessoas com diabetes.


Diagnóstico de hipertensão por aferição de pressão arterial fora do consultório

As aferições de PA fora do consultório, obtidas por pacientes em casa ou por meio do MAPA, são mais reprodutíveis do que as realizadas durante a consulta e mais intimamente associadas a danos a órgãos-alvo induzidos pela doença e ao risco de eventos cardiovasculares, permitindo identificar a hipertensão do jaleco branco e fenômenos hipertensivos mascarados.

Essa estratégia costuma ser necessária para o diagnóstico preciso da HAS e para as decisões de terapêutica. Em indivíduos não tratados ou tratados com medida de PA em consultório, classificados como PA normal alta ou hipertensão de grau 1 (sistólica de 130-159 mmHg e/ou diastólica de 85-99 mmHg), o nível de PA precisa ser confirmado com MRPA ou MAPA.

Vale lembrar que o uso de medidas de PA no consultório e fora dele (MRPA ou MAPA) identifica indivíduos com hipertensão do jaleco branco, que têm PA elevada apenas na presença do médico, e aqueles com hipertensão mascarada, que apresentam PA normal no consultório, mas alta quando medida em casa ou por monitoramento de 24 horas. Tais condições são comuns tanto entre pacientes não tratados quanto entre aqueles tratados. Cerca de 10% a 30% dos indivíduos que procuram atendimento devido a oscilações de pressão têm hipertensão do jaleco branco e de 10% a 15%, hipertensão mascarada.


Consultoria médica

Dra. Ana Beatriz Andreo

[email protected]  

Dra. Flávia Barbosa

[email protected]  

Dra. Stella Dias

[email protected]  

Dra. Wanda Iwakami Caldana

[email protected]


Conteúdo científico elaborado por:

Dr. Aram Hamparsum Mordjikian
Dr. Carlos Alberto Rodrigues de Oliveira
Dra. Paola Emanuela P. Smanio
Dra. Lais Vissotto Garchet Santos Reis


02/03/21

02 de março de 2021

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