Parece reação alérgica a drogas ou alimentos, mas pode ser angioedema hereditário
Diante de episódios recorrentes de edema, convém pensar nessa possibilidade, cuja confirmação depende apenas de dois testes

Embora tenha sido descrito em 1876, ainda hoje o angioedema hereditário é pouco conhecido na comunidade médica, a ponto de ser confundido com complicação de reação adversa a drogas ou alergia alimentar. Isso porque a doença pode cursar com episódios de edema subcutâneo ou submucoso e não pruriginoso, a cada 1-2 semanas, acometendo sobretudo rosto, braços, pernas, mãos, pés, genitália e abdome. O quadro não é acompanhado por urticária e dura mais de 12 horas.

As crises decorrem da liberação de mediadores vasoativos, como a bradicinina, que aumentam a permeabilidade vascular, levando, assim, ao edema. De origem autossômica dominante, a doença é causada por uma mutação no gene do inibidor da C1 esterase (C1-INH) e tem desencadeantes variados, desde trauma e estresse, passando por infecções, uso de contraceptivos orais e inibidores da enzima conversora de angiotensina, até fatores desconhecidos.

Na suspeita da condição, a investigação compreende a mensuração do C4, que se encontra geralmente abaixo do normal, e a determinação quantitativa e funcional do C1-INH. Se as dosagens de C4 e C1-INH estiverem normais e a suspeita clínica permanecer, os exames devem ser repetidos durante um episódio de edema. Convém adicionar que esses testes são igualmente úteis na classificação do angioedema.

 

20 de março de 2018
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